O silêncio do meu grito,
O canto dos meus versos,
Voam pelo vazio do infinito,
Pela amplidão do universo,
Enquanto a dor do meu corpo,
Enquanto a dor da minh'alma,
Me tiram a sensação de conforto,
De paz, de esperança e de calma.
E a alucinação que experimento
Transforma as letras do poema
Em gráficos, riscos que invento,
Em números, símbolos, teorema.
Já não grito, já não canto,
Rabisco mil fórmulas práticas.
E para decifrar o meu pranto,
Calculo fórmulas matemáticas.
Agora, em desespero, o poeta
Procura a estrada do destino,
Em linha curva , em linha reta,
E foge de si mesmo em desatino.
Depois procura a fórmula exata,
Das sensações dos sentimentos,
Mas, infelizmente , constata
Que tudo são ilusões de momentos.
Por fim, flutua pelo tempo e espaço,
Sonhando com a lei da gravidade,
E que, com inúmeros traços,
Descobrirá o peso da saudade.
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