Num silêncio enorme
No colo macio das sombras,
Enquanto pulsam luzes
Nos meus olhos que refletem,
E repetem o tic-tac vazio
Que ecoa dentro de mim.
Pela rua nua, depois da ponte,
A passos lentos,
O tempo caminha,
Em sua eterna ida,
Passo a passo,
No compasso
Dos ponteiros do relógio-vida...
Depois, de capa e bengala,
Feito um ancião,
O tempo segue pela beira mar
E embarca no navio ancorado
No Porto do fim da praia.
E, com o navio, vai embora,
Navegando mar a fora,
Enquanto as ondas se quebram
Nas pedras do meu peito.
Então, vejo voando longe,
Na linha do horizonte,
A madrugada-alvorada
Que vem vindo...
Como uma ave leve,
Com suas asas iluminadas,
Amanhecendo tudo.
E, feito a luz da Estrela d.'Alva,
Faz um pouso suave ,
Na solidão da minh'alma
E me amanhece também.
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