Carinhosamente
Dentro do peito
Enquanto existe.
Um dia, o amor
Construiu um ninho
Dentro de mim
E você veio se aninhar
Como um passarinho.
Mas o mesmo amor
Um dia, desfez o ninho
E você e os filhotes
Saíram em revoada
De dentro do meu peito.
O amor dói
Silenciosamente
No peito vazio
Quando não mais existe.
Então meus olhos turvos
Molham a linha do horizonte,
Enquanto vou escavando
O chão do céu
Tentando encontrar
Aquele amor
Que me roía carinhosamente.
Mas encontro apenas
A solidão
No infinito de mim mesmo
Onde ecoa, golpe a golpe,
As batidas tristes
De um coração cansado
Que apenas se debate.
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