sábado, 24 de maio de 2014

Eu

De manhã,
Caíram as pétalas da minha infância
Simplesmente caíram sem desabrochar,
Caíram sem cor e sem orvalho,
Sem sol e sem manhã, 
Caíram sem amanhecer
Dentro da noite, dentro da vida,
E apodreceram no meu chão.

Ao meio dia,
Caíram as pétalas da minha juventude,
Simplesmente caíram desabrochando,
Caíram orvalhando-se,
Quando amanhecia
Dentro do dia,
Dentro da vida,
E apodreceram no meu chão.

Ao entardecer,
Hoje, meio desapontado,
Fico regando a vida despetalada,
Com o amor e a água,
Que se misturam à seiva da flor
Que apodreceu nas próprias raízes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário