terça-feira, 24 de setembro de 2013

O pescador do Rio Tapajós



De  tarde, em cima  do  cais, a  sós
O pescador, na margem do Tapajós
Lança  o  anzol  até  onde  alcança
E  sente o beliscar das lembranças.

Cada  vez mais,  tesa-lhe  a  linha
Onde  o   horizonte   se    alinha :
É  o   peixe  da  saudade,  vadio,
Puxando o anzol,mordendo macio.

De  repente,  o  caniço  se  curva
E seus olhos molhados se turvam
Ante  o  peixe  que  brilha  no   ar.

E   então,  no  ofício  da  pescaria,
O pescador vê que pesca a poesia
No   rio   imenso   do   seu   olhar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário