De tarde, em cima do cais, a sós
O pescador, na margem do Tapajós
Lança o anzol até onde alcança
E sente o beliscar das lembranças.
Cada vez mais, tesa-lhe a linha
Onde o horizonte se alinha :
É o peixe da saudade, vadio,
Puxando o anzol,mordendo macio.
De repente, o caniço se curva
E seus olhos molhados se turvam
Ante o peixe que brilha no ar.
E então, no ofício da pescaria,
O pescador vê que pesca a poesia
No rio imenso do seu olhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário