domingo, 21 de fevereiro de 2016

Eterno infinito

Alucinado pela dor,
Lanço meu grito
Da linha do equador,
Que ecoa no infinito

Já não sinto a vida,
Já não há espaço,
Já não há subida,
Nesses meus passos.

Sinto que desço o morro
Da grande bola do mundo,
Sinto que quase morro
Nesse silêncio profundo.

Não restam nem rastros,
Nem cacos de sonhos.
Apenas, delirando, me arrasto,
Nesse precipício medonho.

Eu, uma sombra cambaleante,
E desorientada, tropico,
Meio tonto, na linha distante,
Do Capricórnio, meu trópico.

E num gesto derradeiro,
A vida cai de mim,
E rola no desempenhadeiro
Do universo sem fim.





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