Escoram as árvores
Que se retorcem ao vento,
Enquanto os pássaros
Flutuam nas nuvens
Que bóiam na luz morna
Que se entorna
No entardecer.
A sombra dos meus olhos
Rendeia o espaço
Com fios de tempo,
Com fios de lã de chuva
Tecendo a renda da tarde
Que veste de gorjeios
Dos passarinhos
E do piscar de vagalumes,
O horizonte infinito
Da minha solidão.
O cheiro do capim-meloso
Entra pelas minhas narinas
Com gosto de planta verde
Brotando da mão do Criador.
E o eu-criatura
Respiro esse chão-natureza
Como o extrato virgem
Da própria vida.
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