terça-feira, 10 de agosto de 2021

Manhã no quintal

Dia de manhã em mim...
No meu peito
Ouço o batuque da vida
Na cadência do coração,
Enquanto os ponteiros do relógio,
Passo a Passo, passam,
Deixando as pegadas pelo chāo.
O sol brinca e rola
E se embola na luz
E reluz na grama do quintal
Como um cachorro em festa.
O pescoço do galo
Feito pescoço de garrafa,
Pelo gargalo,
Despeja no céu
A espuma do primo canto
Num espoucar de arco-iris.
E o dia se veste
Do gramado verde
Com pérolas de água
Que vão ecoando pelo chão
A dança dos raios de sol
Que me encantam...
E os reflexos dos fios de luz
Vão tecendo nos meus olhos
A teia tênue
Da saudade e da solidão...
Essa solidão da idade,
Essa saudade...
Da infância...
Distância...











quinta-feira, 24 de setembro de 2020

CANÇÃO À VIDA (à minha mãe, com saudade).

No tic-tac do tempo, ela veio, passo a passo,
Enquanto  a  vida   foi  ficando  para  trás,
Mas  foi   iluminando   todo   o   espaço,
Com um  sorriso  meigo e  cheio de paz.

Assim, ela foi vindo, sem nenhum cansaço,
De   um   tempo    longe,  quase   eterno,
Desenhando a lida com régua e compasso,
Com  tintas  e beijos  do  carinho  materno.

Trouxe  no  colo  sempre  flores  e abraços,
E, assim, em  sua  caminhada  só  de   ida,
Plantou o amor que florece por onde eu passo.

Com alma SANTA, corpo forte como o aço,
Sorriu, mesmo  nas  horas  mais   doídas,
Eternizou  saudade,  nos  versos  que faço.


quarta-feira, 23 de setembro de 2020

MENINA-MULHER

A vida, Menina, 
É a arte
Parte por parte
Que não se reparte.

Infância: 
O sonho.

Juventude: 
A paixão.

Idade madura:
A saudade. 

São partes da vida
Que não se repartem.

A vida, Mulher,
São as folhas do trevo,
É o verso que escrevo,
É o tempo que se desfolha,
Folha por folha
Bem-me-quer, 
Só bem te quero,
Menina-Mulher.

domingo, 12 de novembro de 2017

Teus braços - meu porto

Estou  só  neste   instante,
Neste  meu  barco que vai
E sonho um sonho distante
No  fim  da  tarde  que  cai.

Eu  fico   assim  absorto,
Triste   nauta  a    cismar
Na ilusão de ver  o porto
Para    depois    ancorar.

Mas  esse  porto-saudade
Que aos poucos me invade,
Não  é  terra  , não  é  mar

São  teus  braços  abertos
Que   eu  sinto bem   perto
Vindo    pra    me   abraçar.

SOLITUDE

Espinho que morde a carne,
Verme que come o cerne,
Chama que queima e arde,
Fuga de um covarde.

...........Solidão...................

O fundo estagnado do poço,
Navalha cortando o pescoço,
Dor de silêncio dormido,
De arame furando o ouvido.

...........Solidão...................

Nervo ,   faca de corte,
Dilacerar de chicote,
Corpo morto em pedaços,
Noite...espelho...estilhaços.

............Solidão...................

            Solitude

............Só de tudo.............




segunda-feira, 3 de julho de 2017

Meninas


Meninas que olham
A luz,
À sombra,
O sol,
As estrelas,
A chuva,
A Lua,
As uvas,
As ruas,
O céu,
As matas,
Os animais,
Os peixes,
As aves,
O arco-íris,
Iris dos meus olhos.

Meninas!
Que não vêem o vento,
Que não vêem o tempo,
O silêncio,
A solidão.
Meninas,
Como são belos seus sorrisos,
Que irradiam alegria e luz
Sobre esse momento
Triste dentro da noite.

Meninas que olham 
0lhem nos meus olhos 
As lágrimas que me cegam,
Mas não sintam minha dor.
Meninas,
Meninas dos olhos,
Só olhem,
Só orem por mim...


sábado, 1 de julho de 2017

Praça Nossa Senhora da Paz (RJ)


Que paz
Que faz
Na Praça 
Da Paz!

E a brisa
Deslisa,
Suspira
Na lira
Da tarde
Que arde 
De Sul
E de Sol.

E as gentes
"Paz-cientemente"
Se calam
Ou falam 
Da sorte
Ou da morte,
Dessa vida
Doida e doída.

E  o    tempo
E o vento
Iluminam o amor
Enxugam a dor
Dessa gente 
Que vem
Dessa gente 
Que vai.

Que paz
Que faz
Na Praça
Da Paz!