terça-feira, 25 de março de 2014

Viagem de submarino

Como um peixe gigante
Negro   a   espadanar,
Pejado de navegantes
Vai afundando no mar.

E lá no ventre marinho,
Em silêncio a navegar,
O nauta  se faz menino
E  começa  a  sonhar:

Sonhar Jonas  que  vagueia
Em  um   ventre  de   baleia,
Sem um norte que o governe,

Sonhar  com a  fantasia
Que  outrora  sempre lia
Nos livros de Júlio Verne.

Nada

Aqui jaz
Mais um momento
De mim mesmo.
E o canto do vento
Ao esmo
Me adormece
Em paz.
Já não vejo
A vida,
Já não sinto
A morte,
Já não sou
Nem o que fui.
Sou apenas 
O pó desse verso
Que se desfaz
No universo do nada.